MALA #77
Olá. Tudo bem?
ESTA É A ÚLTIMA MALA DE 2021.
Em primeiro lugar, queria agradecer a todos vocês que leram, mandaram mensagens, colaboraram e contribuíram para que esta newsletter chegasse até aqui.
Agora eu vou tirar merecidas férias, viajar e recuperar as energias para voltar com mais idéias e disposição em 2022.
E até lá não vou deixá-los órfãos. Vou mandar alguns textos especiais, principalmente para aqueles que assinam a versão paga.
Por enquanto….
Sejam todos muito bem-vindos à Mala #77.
Para quem é novo por aqui, esta newsletter é escrita, editada e curada por mim, com um pouco de tudo o que eu gosto e consumo. Música, cinema, séries de tv, literatura, cultura geek e afins, que também estão presentes nos meus outros canais (Esquema Novo, Episódio de Hoje, Cinema, Etc.., Podcast Ouva e redes sociais), e aqui aparecem em uma edição revista e ampliada.
Espero que goste. E comente. E compartilhe. E contribua.
Espalhe a palavra...
Rodrigo James
IMAGEM DA SEMANA
Kurt Cobain e Krist Novoselic no maior espírito natalino, em 1991.
POR AÍ..
A temporada de caça ao Oscar já começou. E aqui tem uma lista comentada pelo comparsa Rodrigo Salem, dos filmes que você deve ficar de olho a partir de agora. Alguns já estão por aí e outros estreiam em dezembro e janeiro nos cinemas e nas plataformas.
No último fim de semana aconteceu a cerimônia de entrega do Gotham Awards, focado no universo independente. “Round 6”, nas séries; e “The Lost Daughter", nos filmes, foram os grandes vencedores.
Segundo Amy Pascal, produtora dos filmes do Homem-Aranha, Tom Holland vai definitivamente voltar ao uniforme do herói após “Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa”.
A Disney tentou convencer Peter Jackson a cortar todos os palavrões de sua série documental “Get Back”, mas foram convencidos do contrário por ninguém menos que Paul McCartney.
Aliás, Yoko Ono também se manifestou em um artigo dizendo que a série de Peter Jackson prova que ela não foi a responsável pelo fim dos Beatles.
Os herdeiros da Gucci não gostaram nem um pouquinho da maneira como foram retratados em “Casa Gucci”.
As primeiras reações à versão de “Amor Sublime Amor”, de Steven Spielberg, são muito boas.
O sucesso do filme “Ferida”, estréia na direção da atriz Halle Berry, fez com que ela assinasse um contrato de produção de vários filmes com a gigante do streaming.
Será que “Venom” é o próximo filme a ter problemas na China?
Quais são os dez melhores documentários musicais disponíveis na Netflix?
Aqui tem a lista dos lançamentos de dezembro do HBO Max.
Uma cinebiografia do Wu Tang Clan, que seria produzida por Leonardo di Caprio, foi rejeitada pelos membros do grupo.
Não se preocupe. George R.R. Martin tem as mesmas preocupações e arrependimentos que todos vocês, fãs de “Game of Thrones”.
Falando em GoT, uma das séries derivadas foi cancelada pela HBO depois de eles já terem gastado mais de 30 milhões de dólares com ela.
A Netflix divulgou as datas de estréia de várias séries em 2022, incluindo aí as novas temporadas de “Stranger Things”, “The Umbrella Academy” e uma penca de novidades.
Cara Delevigne estará na segunda temporada de “Only Murders In The Building”
Um spinoff na tv de James Bond? “Não, obrigado”, dizem os produtores.
Park Hae-soo, de “Round 6”, será Berlim na versão coreana de “La Casa de Papel”.
Falando nisso, Berlim vai ter uma série spinoff.
Começaram a sair as listas de melhores de 2021. A NPR, por exemplo, já publicou seus 50 álbums.
Trevor Noah vai ser o host dos Grammys pelo segundo ano consecutivo.
Vem aí “Weekends With Adele”, a residência da cantora em Las Vegas. Começa em janeiro.
Carlos Santana cancelou alguns shows depois de ter sido submetido a uma cirurgia no coração. Bem sucedida. Ele passa bem.
Adivinhem qual foi a música mais tocada em 2021 no Apple Music?
Mais uma banda vendendo seu catálogo e faturando uns trocados: Motley Crüe.
Uma entrevista com Bono sobre sua participação no filme “Sing 2”.
Rihanna agora é heróina nacional de Barbados.
Olivia Rodrigo e Bad Bunny foram os campeões de audiência em 2021 do Spotify.
Que tal uma coleção de merchandising juntando o Iron Maiden e a Marvel? E não é que ficou bem bom?
Infelizmente, Matthew McCounaghey desistiu de se candidatar ao governo do Texas.
Você já pensou em alugar a casa de “Esqueceram de Mim” para, de repente, passar o Natal lá? Está disponível no AirBNB.
DICA DA SEMANA
Desde que apertei o stop na parte 3 de “Get Back”, a minissérie que Peter Jackson dirigiu em cima do material que sobrou das sessões que geraram o filme e o álbum “Let It Be”, dos Beatles, me pus a pensar uma coisa: o que é um grande documentário?
Vamos deixar de lado o formato de série neste caso. “Get Back” é um grande documentário de oito horas dividido em três partes. Mas quais os elementos presentes nele que o transformam em um grande exemplar desta arte? Na minha concepção, um documentário precisa ter uma narrativa que conte uma história através de imagens, depoimentos e demais artifícios de produção. O documentarista é, acima de tudo, um exímio contador de histórias a partir de imagens da vida real.
Se a definição é esta - e mesmo que possa ter um ou outro detalhes acrescidos aí, a base é esta - então “Get Back” é um exemplar genuíno desta arte e, por vários motivos, dá um passo além, indo em uma direção que o torna ainda mais importante: ele muda a história.
Quantos documentários você já viu que já mudaram a história? Muito poucos, acredito. “Get Back” é um deles porque não mais temos a noção de que aqueles dias de janeiro de 1969 foram completamente sombrios e marcaram o fim da banda. Não sei se vou conseguir enumerar aqui todos os motivos que o tornam espetacular (deste já te convido a assistir o Esquema Novo desta semana, em que eu, Terence e Fernanda detalhamos um pouco mais este trabalho), mas posso tentar: em primeiro lugar, a recuperação espetacular do audio e do video originais, feita pela empresa de Peter Jackson; em segundo lugar, a decisão de Jackson em colocar todos os acontecimentos na tela em ordem cronológica (inclusive aqueles que só existiam em audio) para que possamos entender realmente o que aconteceu naquele mês de 1969; em terceiro lugar, a oportunidade única de assistir aos Beatles em seu processo criativo, compondo, arranjando e gravando algumas das canções que os tornaram imortais, como “The Long and Winding Road”, “I’ve Got a Feeling”, “Let It Be”, “Don’t Let Me Down” e a faixa título, entre tantas outras; em quarto lugar a oportunidade de ver os Beatles em 1969 como se estivessem hoje, em 2021, em um estúdio londrino, ensaiando suas canções.
Por alguns momentos, nos esquecemos que eles não mais existem, que John Lennon, George Harrison e tantos outros envolvidos na produção já se foram e que tudo isso foi feito em 1969. O caráter atemporal de “Get Back” impressiona, porém no segundo posterior conseguimos perceber o porque: a música dos Beatles é atemporal e a relação entre eles, tão propagada da maneira errada durante estes últimos 50 anos da história, é admirável. Ainda que existam alguns atritos (George deixa os Beatles para depois voltar, Paul e George brigam, Ringo parece entediado, John parece não estar ali em espírito), é especialmente prazeiroso perceber como aqueles quatro, aos 28 anos de idade, ainda se curtiam e queriam estar juntos fazendo música.
Voltando à pergunta inicial, sabemos agora o que é um documentário e como “Get Back” é um exemplar digno desta arte. Mas o que o torna genial?
A resposta é simples: os pequenos momentos. Os olhares, algumas falas, gestos, expressões não verbais que ficaram escondidas durante muito tempo e que, se não fosse Peter Jackson entrar no arquivo da Apple e pegar os rolos originais de filme, jamais teríamos acesso a tudo.
E ai, dentre todos estes momentos, destaco um: quando Paul se põe a pensar sobre a saída de George da banda e em como John Lennon, seu amigo de infância, tem agora uma outra parceira com quem ele divide tudo (Yoko Ono). Os 40 segundos de silêncio em que a câmera fica parada no rosto dele enquanto seus olhos marejados fitam o infinito são suficientes para que eu diga:
“Get Back” é o melhor documentário musical da história. Assista correndo. No Disney+.
COTAÇÃO: *****
E MAIS…
AND JUST LIKE THAT…
Saiu o trailer final da série que continua a história de “Sex and the City”. estréia dia 9 no HBO Max.
THE MARVELOUS MRS. MAISEL - 4a TEMPORADA
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BLACK MARKET - 2a TEMPORADA
A segunda temporada da série documental da Vice TV ganhou um trailer emocionante. Foi o último trabalho do ator Michael K. Williams e ele nem chegou a concluir as filmagens.
GREG KURSTIN E DAVE GROHL - BLITZKRIEG BOP
Kusrtin e Grohl lançaram esta versão do clássico dos Ramones como parte de suas Hannukah Sessions.
STREET GANG: HOW WE GOT TO SESAME STREET
A HBO divulgou o trailer deste documentário que mostra os primórdios de “Vila Sésamo” e como a série se tornou uma mania nacional nas décadas passadas.
CHANCE THE RAPPER E DIONNE WARWICK - NOTHING IS IMPOSSIBLE
Você não leu errado. Chance the Rapper se juntou à veterana cantora para este single.
BILLIE EILISH: SAME INTERVIEW, YEAH FIVE
Esse projeto da Vanity Fair com a Billie Eilish é das coisas mais legais dos últimos anos. Todos os anos, na mesma data, em outubro, Eilish dá a mesma entrevista para a revista e eles editam, mostrando as diferenças. E já saiu a de 2021.
PLAYLIST “2021 NA MÚSICA”
Pra quem ainda não conhece, é uma playlist que eu criei só com lançamentos de 2021, feita sob medida para quem diz que não tem nada novo pra ouvir. Tem e não é pouco não. E vou atualizando todos os dias.
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