Taylor Swift, o gramado do Mineirão e a demanda reprimida
Nas últimas semanas, o mercado do showbiz brasileiro passou por abalo (Adoro esta expressão. Finalmente encontrei um contexto para usá-la) e ainda não se recuperou.
Caso você não dê mínima para estas notícias ou não tenha prestado atenção, vou te atualizar: a Taylor Swift vai se apresentar no Brasil, fazendo uma penca de shows no Rio e em São Paulo. É difícil a gente falar isso com certeza, mas é bem provável, tendo em vista a confusão que foi a venda de ingressos para estes shows, que TayTay (sim, sou íntimo) talvez seja a artista internacional mais popular no Brasil nos dias de hoje. Ok, os fãs de Kpop vão dizer que é o BTS, os fãs de Coldplay vão dizer que ninguém bate a banda de Chris Martin em popularidade (e no quesito “artefatos distribuídos em um show”), mas isso não importa nesse momento.
O Procon entrou no meio, o Celso Russomano foi lá na fila com a polícia prender cambistas e até mesmo fizeram uma espécie de quiz entre as pessoas que lá estavam para que eles pudessem “provar" que eram fãs de Ms. Swift. Eu falharia miseravelmente nesse teste, mas eu não sou fã desses de carteirinha dela. Mas tenho direito de ficar na fila pra comprar ingresso, não tenho? Enfim, isso é outra história.
Ao mesmo tempo, em outra cidade - a minha Belo Horizonte - uma outra crise se instaurou no ainda insuficiente mercado mineiro do showbiz: a Minas Arena, responsável pela gestão do Estádio Mineirão, começou a negociar com os produtores para que eles mudem seus eventos de data ou levem para outros locais, que não o Gigante da Pampulha. Mais especificamente, para fora do gramado do Mineirão. Porque não sei se você acompanha o futebol brasileiro, mas o gramado do Mineirão é, hoje, o pior do Brasil. Os culpados? Eu e você, que vamos aos shows realizados lá e pisamos no verde sagrado, pulamos, dançamos e nos emocionamos em cima dele, deixando uma espécie de pasto mal cuidado para os jogadores profissionais de futebol exercerem seu ofício nos dias seguintes.
(Claro que eu tô brincando. Eu e você não somos culpados de nada, né? A culpa é…..de quem mesmo?)
Os dois casos parecem ser distintos mas tem pontos em comum. O principal deles é o total desrespeito com quem paga para assistir a um evento no Brasil. Seja ele esportivo ou de entretenimento (Esporte é entretenimento? Papo pra outra hora). Por um lado, todxs xs coitadxs fãs de Taylor Swift se sentiram lesados de alguma forma. Seja pelo preço abusivo, seja pelas horas, dias, semanas passados na fila virtual ou presencial para tentarem adquirir um ingresso. Eu mesmo fui ajudar um amigo e entrei em uma destas filas para tentar um ingresso para a filha dele. Quando vi que eram 1.500.000 pessoas na minha frente, comecei a rir. Sério, eu tenho o print:
Quem conseguiu um ingresso, tem mesmo que comemorar, porque vai assistir a um grande espetáculo. A “The Eras Tour” está perigando ser a maior turnê de um artista pop em todos os tempos e todos os sentidos. Os números são astronômicos e um tanto quanto inacreditáveis. Lucro de 4.6 bilhões de dólares, milhares de pessoas ouvindo o show de fora dos estádios porque não conseguiram ingressos, e por aí vai. Talvez só mesmo a Renaissance Tour, de Beyoncé, possa rivalizar com a The Eras Tour. Afinal, conseguiu aumentar até mesmo a inflação na Suécia.
Ao mesmo tempo, aqui em BH, o desrespeito é geral. Tanto para quem comprou algum ingresso para algum evento no Mineirão e agora vai ser “jogado" para outro local, quando para os torcedores de Atlético, Cruzeiro e demais times visitantes, que são obrigados a assistir péssimos espetáculos futebolísticos, tamanho é o descaso com o estado do gramado. Ou era, já que o Governo de Minas Gerais começou a pressionar a entidade que administra o estádio para pegar leve.
E aí, colocando tudo isso no mesmo prisma, tenho uma má notícia para você, que está entrando nesta agora, adquirindo seu primeiro ingresso para um show ou indo a um estádio de futebol pela primeira vez:
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